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Ciro Ferreira

Com fé, dedicação e criatividade se consegue em Tacuarembó, um Hospital de Primeiro Mundo

(18/10/2006-11:43)
Keynote de Ciro Ferreira, Diretor do Hospital de Tacuarembó, no XVI Encontro Internacional GeneXus

Não sempre estão dadas as condições para que a qualidade dos serviços seja excelente. A falta de recursos, uma estrutura pesada e a falta de um compromisso real da equipe pode chegar a ser vital. Contra tudo isto se pode lutar. O caso do Hospital de Tacuarembó o demonstra.

 

Tacuarembó é o estado maior do país e, segundo Ciro FerreiraDiretor do Hospital de Tacuarembó-, “com condições de necessidades básicas insatisfeitas muito grandes”. Na conferência ministrada no XVI Encontro Internacional GeneXus, Ferreira explicou quenossa mudança começou há 15 anos, com a Agência de Cooperação Internacional GTZ”. Com o apoio da agência, foi melhorado o funcionamento em geral da Instituição. “Há 8 anos fomos o primeiro Hospital amigo da Infância, e há 7 fomos declarados a primeira Comunidade Saudável do Uruguai”.

 

Em 2000 foi criada a Unidade de Atenção ao Usuário, que permitiu que os familiares dos pacientes que se atendem no Hospital, não dormissem nos corredores. Sobretudo, tendo em conta que 70% dos pacientes são de fora do estado e de um nível socioeconômico médio-baixo e baixo.

 

Como parte do processo, há 5 anos foi criado o Centro Regional de Neurocirurgia de Tacuarembó (Cerenet) que envolve uma mudança no fluxo de pacientes. Anteriormente todos os pacientes que necessitavam uma neurocirurgia eram transferidos para Montevidéu, o que implicava uma média de 8 horas de viagem. Hoje essa média –ao serem operados em Tacuarembó- apenas chega a 2. A economia para o Ministério de Saúde Pública supera os 500 mil dólares e se conseguiu reduzir em um 82% a mortalidade pelo tempo perdido nas transferências e a possibilidade de lesões secundárias.

 

Nestes 5 anos foram realizadas 1.052 operações neurológicas em pacientes com tumores cerebrais, com lesões de coluna ou recém-nascidos com mal-formações. Isto reduziu o custo de aluguel de uma UTI, que passou de uma média de 800 dólares em Montevidéu a 332 em Tacuarembó. Com isto se conseguiu uma economia de mais de 1 milhão de dólares pela não contratação de camas extras em UTI privados.

 

Segundo os próprios técnicos do Hospital, uma organização eficiente e uma dedicação exclusiva por parte dos neurocirurgiões são os elementos chaves para que se converta em hospital com uma média de internação mais baixa do país.

 

Em 2004 foi criado o Banco de Leite que tem a certificação ISO 9001, o que permitiu que desde esse momento não morresse nenhum recém-nascido de forma prematura por falta de alimentação. Hoje está sendo construído um Centro de Reabilitação e há pouco se formaram os primeiros Técnicos em Gestão de Qualidade.

 

Qual é o segredo disto?

 

Segundo Ciro Ferreira tudo parte de “o inviável que é um organograma vertical em nosso caso. Nós o diminuímos e foi criada uma Unidade de Controle. Hoje os funcionários sentem que pertencem ao Hospital e se sentem orgulhosos do Cerenet”. No entanto, não os médicos: uma pesquisa realizada no hospitalque forma parte de um aumento no nível de participação dos pacientes-, revelou que 90% dos entrevistados considera que a atenção é boa ou muito boa.

 

Ferreira explicou que para vencer as condições iniciais que impediam um melhor serviço o verdadeiramente importante é a “complementação em vez da competição”. “Isto é justamente o desenvolvimento do conhecimento”.